Em termos gerais, a implementação de um plano de tratamento requer que as componentes básicas deste estejam definidas na sua elaboração, o que inclui pelo menos quatro níveis e etapas de elaboração diferentes:
Descrição do problema
Ajudar o cliente a identificar claramente os problemas que necessitam de ser resolvidos, a dar exemplos específicos de como cada problema foi evidenciado, sendo os problemas identificados a partir da avaliação clínica e psicossocial.
Juntos, devemos formular objectivos provisórios, directamente relacionados com a definição dos problemas e com a natureza da relação, que serão modificados pela melhor compreensão do foco do problema ou do esclarecimento do verdadeiro problema em causa, que pode não corresponder necessariamente àquele trazido por si.
Objectivos globais ou metas
Declaram qual a direcção ou condição que se pretende atingir através do tratamento, podendo ser atingíveis a longo prazo e, assim, fornecem uma orientação geral.
Não é obrigatório que objectivos gerais ou metas sejam definidos em relação ao tempo ou aos recursos existentes, nem que sejam totalmente atingíveis, mas estes devem expressar um estágio último desejado em relação ao qual as acções e recursos disponíveis serão direccionados.
De acordo com uma definição consensual de aconselhamento, os objectivos globais ou metas são a expressão última da realização das mudanças advindas do processo de aconselhamento e que envolvem uma ou mais áreas da vida do cliente: comportamento; constructos pessoais; capacidade de ser bem sucedido nas situações da vida; conhecimento e habilidade para tomar decisões (Patterson, 1988).
Objectivos específicos
Dizem respeito ao cumprimento de um processo, com resultados práticos, visíveis e identificativos que contribuem para vir alcançar o objectivo global ou meta. A sua função é a de fornecer um enquadramento que permita avaliar o progresso e sucesso das etapas do seu tratamento, bem como dar uma sequência metodológica e prioridade aos assuntos por si apresentados.
Definir um objectivo específico implica uma série de características que são descritas através da mnemónica “SMART” (ESMART”), como se pode ver na tabela.
Critérios para a definição de objectivos específicos
Definições:
Específico (Specific): Deve ser claro, circunscrito e bem definido, de modo a ser facilmente apreciável e compreensível
Mensurável (Mensurable): Deve ser definido em termos quantitativos e qualitativos para que o resultado possa ser medido ou avaliado segundo alguns indicadores definidos.
Atingível (Available): Deve ser totalmente possível de executar e ao seu alcance. Depende de uma abordagem que permita relacionar acção desenvolvida e o efeito desejado e definido.
Realista (Realistic): Deve representar um desafio, mas ser consistente. Deve estar relacionado com a realidade do processo pelo qual passa e ser relevantes para o seu desenvolvimento e as suas responsabilidades.
Temporalmente limitado (Time limited): Deve ser definido em relação ao período de tempo disponível para a concretização de cada objectivo estipulado.
Tarefas operacionais e metodologias utilizadas
São instrumentos práticos que ajudam a atingir o objectivo específico, em termos de acções ou de processos didácticos que correspondem ao que se pretende que alcance. Desta forma, permitem a verificação da acção através da sua execução. A precisão em relação a atingir um objectivo específico aumenta, quanto maior for o número de indicadores que medem o sucesso de uma tarefa executada e o número de vezes que a tarefa, ou tarefas similares, forem executadas.
Da mesma forma, a variação das metodologias utilizadas na concretização de tarefas relacionadas com um mesmo objectivo específico permite uma maior oportunidade deste ser alcançado efectivamente. Todavia, devem-se tomar precauções para que as tarefas exigidas estejam estritamente relacionadas com os objectivos específicos pretendidos.
Por último, a correspondência entre os objectivos e as tarefas terá grandes hipóteses de ser identificada como exacta, se o comportamento, as condições e os resultados antecipados no objectivo específico estiverem presentes na realização das tarefas e nos indicadores de sucesso, mesmo que apenas a título pedagógico.
Exemplos de tarefas e metodologias de trabalho com clientes
Tarefas escritas e lidas;
Execução de diários;
Inventários e cartas;
Leituras e trabalhos de reflexão;
Palestras assistidas e discutidas;
Abordagens de reflexão individuais e em grupo terapêutico;
Produção de planos de acção para situações de vida específicas a serem executados por si;
Outras.
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As condições a serem criadas, para se trabalhar no sentido dos objectivos estabelecidos serem atingidos - os quais irão levar a uma mudança - precisam estar assentes em oito componentes centrais, entendidos como qualidades ou atributos que procuram estruturar uma relação, na qual a sua mudança e crescimento podem ocorrer de forma segura:
1. A aliança terapêutica e o rapport (conformidade/harmonia) constituem a primeira componente facilitadora da estruturação da relação de ajuda. O rapport caracteriza-se pelo interesse genuíno entre o terapeuta e o cliente e deve ser estabelecido desde o início do contacto e mantido através da aliança terapêutica. Esta, por sua vez, refere-se à componente realista da relação estabelecida, ou seja, implica a definição de um trabalho construtivo e conjunto, com vista a dar resposta às suas necessidades;
2. A empatia é uma componente que pode assumir duas formas: empatia primária ou empatia avançada. A empatia primária envolve a minha capacidade de entrar no seu mundo, “como se eu fosse o cliente” , bem como a minha capacidade de comunicar-lhe, eficazmente, essa compreensão. A empatia avançada permite que eu comunique consigo a compreensão do que fiz, de forma indirecta, isto é, do que está implícito nas suas palavras. Caracteriza-se por um nível mais profundo de exploração e implica uma maior prontidão sua para tomar consciência dos significados implícitos de temas mais profundos;
3. A congruência e a autenticidade implicam o ser verdadeiro e transparente na relação consigo, em que o que é expresso externamente está de acordo com a minha experiência interna;
4. A presença e a atenção implicam o meu envolvimento na comunicação consigo e são um meio através do qual eu comunico e reforço a minha aceitação, rejeição ou indiferença face às suas experiências;
5. O apreço visa essencialmente fomentar o desenvolvimento de uma relação ao nível emocional consigo e a expressão de sentimentos. É a expressão máxima do envolvimento que caracteriza o aconselhamento;
6. O respeito e a consideração positiva incondicional são atitudes que reflectem a aceitação tal como é, com a sua realidade e experiências próprias. Esta componente tem como objectivo conduzi-lo ao crescimento e à autonomia. Não existe julgamento. A minha aceitação é o primeiro passo para a auto-aceitação e este é por sua vez o primeiro passo para uma mudança;
7. A convicção é uma condição minha inerente, fomentando um clima de esperança e entusiasmo face à mudança. Eu acredito no que digo e faço, comunicando uma dinâmica de mudança e envolvimento consigo;
8. A auto-actualização é a oitava das qualidades do processo e significa o compromisso que tenho com o crescimento pessoal, que permite a minha compreensão e aceitação de si e dos outros, ao mesmo tempo que espelho para si a sua vontade de continuar a crescer e a arriscar novos comportamentos.
Estabeleça uma relação de qualidade com a Soluções Plus, pois é de extrema importância que tal suceda para o processo de aconselhamento. Juntos, criamos uma relação única!
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A Análise Transaccional liberta-o dos seus scripts de vida e dos jogos psicológicos, de forma a tomar novas decisões, baseadas numa nova percepção de si, da sua vida e dos outros, e a ser responsável pelas suas escolhas.
A estrutura da personalidade é formada por três Estados do Ego: o “pai”, o “adulto” e a “criança”. Cada estado do Ego dispõe de formas particulares de pensar, sentir e agir, que são visíveis. A análise das transacções (análise inter-pessoal) refere-se a um modelo de comunicação e de relação social. O jogo psicológico refere-se a uma série de transacções com uma motivação oculta e geradora de problemas. O script é um plano para a vida decidido na infância, em geral não-consciente. Contém as decisões que foram tomadas, em criança, baseadas nas mensagens das figuras significativas e de autoridade, nas interpretações da criança e nas suas fantasias.
Esta análise prevê quatro posições existenciais básicas:
1) Eu sou OK – Você é OK
2) Eu sou OK – Você não é OK
3) Eu não sou OK – Você é OK
4) Eu não sou OK – Você não é OK
As posições determinam como nos sentimos sobre nós próprios e como nos relacionamos com os outros.
O meu papel é didáctico, diagnosticando os estados do ego e ensinando-o a identificá-los, a reconhecer os jogos e a analisar as suas transacções com os outros, assim como o seu script de vida. Neste ponto, sou um agente/promotor da mudança e da mobilização de recursos, treinando-o e orientando-o na elaboração do seu contrato.
Comigo, constrói o seu próprio contrato e assume um papel activo e de iniciativa, comprometendo-se a cumprir, na prática, com os termos e os objectivos do mesmo. Na Análise Transaccional, são utilizadas técnicas do contrato, mas também de análise dos estados do ego, das transacções, do script e das posições existenciais, através da descrição da história de vida, observação, descrição e interpretação das interacções comigo realizadas, role-play, terapia da re-decisão e análise funcional dos estados do ego.
O método contratual enfatiza a responsabilidade das partes e previne a imposição de valores que sejam incongruentes com os seus. Esta análise valoriza o impacto do ambiente cultural e social no desenvolvimento da pessoa, sem subestimar a capacidade para mudar e ser responsável. É um modelo de personalidade simples que facilita a compreensão e o estudo sobre a complexidade do fenómeno humano. Trata-se de uma nova linguagem na Psicologia, tecnicamente menos sofisticada e padronizada, mas “pública” e criativa. Tem uma divulgação privilegiada na área da Psicologia Social e Organizacional.
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O Aconselhamento Gestáltico tem como objectivo ajudá-lo a tomar consciência de si e das suas necessidades, a desenvolver formas adequadas de interacção com o meio e com os outros, a aprender a viver no presente, a libertar-se das situações mal resolvidas do seu passado e a completar gestalts interrompidas, experimentar e testar novos comportamentos. Falo, pois, de autonomia, empowerment, responsabilidade.
Na Soluções Plus, estabeleço consigo uma relação que vai proporcionar um clima que facilite, apoie e provoque, no “aqui e agora”, a experiência evitada, negada ou desconhecida. Como tal, ajudo-o a tornar-se atento aos sinais emitidos pelo seu corpo e a identificar e a trabalhar as situações mal resolvidas. Centramo-nos, sobretudo, no “aqui e agora” e no tipo de relação que cria consigo mesmo, com o meio e com os outros. Estamos, também, atentos à forma como se movimenta e interage com os outros, à linguagem verbal e não-verbal.
Por isso, cabe a si ter uma participação e envolvimento activos na aprendizagem experiencial, dado que é responsável pelos resultados do processo terapêutico, faz as suas próprias interpretações e escolhe os seus objectivos.
Este aconselhamento apresenta um leque variado de técnicas, que podem ser usadas para facilitar o processo terapêutico: Técnicas de orientação-acção; técnicas de dramatização; técnicas criadas para estimular a imaginação, para intensificar a expressão emocional, exercícios que facilitem a libertação das tensões físicas, confrontação; trabalho com os sonhos, entre outras,
Contribui para uma visão holística do ser humano e o conceito de “unfinished business”. Enfatiza a linguagem não-verbal, a auto-percepção e a consciencialização das necessidades, a relação entre o corpo, a mente, as emoções, os valores e o comportamento social da pessoa.
A pessoa humana consiste numa integração dos sistemas, biológico, psíquico e social. Quando ocorre uma alteração numa parte do organismo, este reage no seu todo e não apenas na parte afectada. O distúrbio é uma perda de competência no sentido da adaptação criativa. O ajustamento e o funcionamento saudável dependem da capacidade do indivíduo estar em contacto com as sensações do seu corpo, as suas necessidades e a sua experiência emocional. Cada gestalt da vida é um ciclo que se forma, completa e dissolve.
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O Aconselhamento Racional-Emotivo ensina-o que é responsável pela resolução dos seus próprios problemas e ajuda-o a identificar e a abandonar crenças irracionais, que apenas reforçam as perturbações comportamentais presentes. Ele contribui para que elimine todos os mecanismos de defesa irracionais, substituindo-os por estratégias mais racionais de gestão do quotidiano.
As minhas funções são didácticas, tais como explicar, ensinar e reeducar. Ajudo-o a ter consciência dos seus pensamentos incoerentes e a perceber como estes se relacionam com os mecanismos de defesa utilizados. Ensino-o a mudar a sua forma de pensar e de se comportar, desafiando continuamente todas as suas crenças e convicções erradas. Organizo o atendimento, de modo a ajudá-lo a efectuar mudanças construtivas.
Lembro que os clientes são responsáveis por questionar e mudar os seus pensamentos auto-derrotistas e ilógicos.
Este aconselhamento incide nos questionamentos de natureza cognitiva, imaginária e/ou comportamental. Questiono-o, confronto-o e desafio-o, modelando e ensinando formas de pensar racionalmente. Um “combate lógico” obriga-o a utilizar constantemente as suas habilidades cognitivas. A didáctica, que inclui o uso de mini-aulas, analogias e parábolas, é mais utilizada quando já está mais familiarizado com a abordagem racional-emotiva. Neste modelo de aconselhamento, utiliza-se, também, técnicas comportamentais variadas, tais como o descondicionamento, o role-playing e o treino de assertividade.
Esta abordagem proporciona o questionar de crenças e valores que podem já não ser funcionais. Ao centrar-se nos pensamentos e na racionalidade (por oposição à expressão dos sentimentos), é bastante aceitável por diversos tipos de clientes.
Esta abordagem baseia-se no pressuposto de que todas as pessoas nascem com potencial, tanto para serem racionais como irracionais, estando esta tendência associada a uma maior ou menor incorporação/interacção com a programação do ambiente inicial (principalmente os pais). As crenças irracionais são mantidas por pensamentos ilógicos, absolutistas e negativistas que as pessoas verbalizam para si próprias incessantemente.
Uma das características deste processo terapêutico é o facto de se apoiar num modelo educacional de actuação. Neste sentido, ajudo-o a compreender-se melhor e a mudar o seu comportamento.
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O Aconselhamento Baseado na Terapia Focada na Solução tem como objectivo enfatizar soluções, ao invés de problemas, reconhecendo e apoiando-se nas capacidades e recursos que tem para efectuar mudanças. É uma forma de facilitar o processo de mudança, através do reconhecimento, reforço, amplificação e complemento das mudanças já realizadas por si, também denominadas excepções.
Apoio e potencio as suas capacidades para a resolução de problemas, o que significa que, neste caso, o perito e o principal interveniente na procura de soluções é o cliente.
Neste tipo de aconselhamento, relembra-se que a mudança é constante, que existem excepções aos problemas, que as capacidades para lidar com problemas demonstram qualidades, que os objectivos definidos por si e para si são importantes para iniciar e manter a mudança, e que a mudança, o compromisso e a confiança na capacidade para mudar são mensuráveis.
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O Aconselhamento Baseado na Terapia da Realidade tem como finalidade guiá-lo na aprendizagem de comportamentos mais responsáveis e realistas e no desenvolvimento de uma “identidade de sucesso”. Ajuda-o a olhar e a julgar o seu comportamento e decide sobre um plano de acção para a mudança.
Enquanto terapeuta, encorajo-o a avaliar o seu comportamento e a fazer mudanças que lhe permitirão preencher as suas necessidades, de uma forma socialmente aceite. Estabelecendo uma relação pessoal consigo, ajudo-o a formular e a implementar um plano de acção e ensino-o a assumir responsabilidade pela forma como vive a sua vida, tendo como foco o comportamento presente e as formas de realizar mudanças específicas de comportamento. É necessário o confronto em relação ao que não está a viver realisticamente.
O cliente é quem tem que decidir sobre as mudanças específicas que quer fazer, ou seja, tem que avaliar o seu comportamento presente e tem a responsabilidade de implementar as mudanças desejadas.
Neste aconselhamento, são utilizadas técnicas como o role-playing, confrontação, formulação de contratos e planos de acção específicos. Aqui, o foco reside na avaliação que faz do seu comportamento. Esta avaliação permite que determine o quanto as suas necessidades e o que quer estão a ser satisfeitos.
Por isso, esta terapia incide na resolução de problemas e no desenvolvimento, da sua parte, de mecanismos que lhe permitam lidar com as exigências da sociedade e lhe permitam controlar a sua vida. Todos nós possuímos uma força de crescimento que impele para o desenvolvimento de uma identidade de sucesso, para o desenvolvimento de uma concepção de si próprio como uma pessoa significativa e digna de ser amada. Uma pessoa responsável faz também aquilo que o satisfaz e o que faz sentir como sendo uma pessoa válida para si mesma e para os outros.
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